segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Custo oculto no crédito da casa própria


Taxas cobradas por bancos podem encarecer em mais de R$ 9 mil um empréstimo por 30 anos. Valores variam de banco para banco

A economia em crescimento tem feito uma multidão buscar financiamento para a aquisição da casa própria. Só na Caixa Econômica Federal, foram 773,3 mil unidades financiadas até setembro. E, no embalo de  realizar o sonho, muitos se preocupam em escolher a melhor taxa de juros, mas se esquecem de que há outros gastos envolvidos. Não se trata só do pagamento da escritura ou dos impostos municipais e, sim, das taxas bancárias.

Ao mês, parecem insignificantes, mas, num financiamento de 30 anos,  podem somar mais de R$ 9 mil. Por isso, é preciso ficar atento e pesquisar. A Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, a ProTeste, realizou uma pesquisa com dez bancos e descobriu uma variação de até 69,95% na tarifa de serviços administrativos e de até 27% no pagamento de despesas iniciais, que podem ser desde uma taxa para avaliação do imóvel até uma tarifa de análise jurídica.

"São valores que a instituição financeira pode optar por cobrar ou não do seu candidato a mutuário", informa a técnica da ProTeste Héssia Costilla.

Custo alto/ A taxa mensal de serviços administrativos, cobrada por bancos  para imóveis que se enquadram no Sistema Financeiro de Habitação, varia de R$ 14,71 a R$ 25. Ou seja, a pessoa que fizer um financiamento de 30 anos vai  pagar no mínimo  R$ 5.295,60 só com essa tarifa.

"Como ninguém reclama, os bancos seguem cobrando um valor  altíssimo por um serviço que, às vezes, é uma garantia para a própria instituição, como é o caso da taxa de avaliação em que o banco se certifica de que o bem está em bom estado e pode servir de garantia", reclama José Dutra Vieira Sobrinho, vice-presidente da Ordem dos Economistas do Brasil.

O estudo constatou também que as tarifas bancárias com despesas iniciais podem variar de R$ 700 a R$ 950.

Volume recordeA Caixa bateu recorde ao financiar R$ 47 bilhões em imóveis até setembro. Crescimento  foi de 90% em relação a 2009. Número de contratos chegou a 86% do total verificado no ano passado. Foram usados  R$ 20,7 bilhões  do FGTS.

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